Uma Noite em 67 é um mergulho nos bastidores de festival

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Alma bondosa: “Cê tem ingresso pra essa sessão?”
Eu: “Não…”
Alma bondosa: “Sobrou um aqui, não vou usar… pode pegar”

E assim eu consegui assistir “Uma Noite em 67”, documentário que abriu a programação do festival É Tudo Verdade e que teve sua última exibição (com ingressos esgotados) há pouco, em São Paulo.

O filme mergulha na noite da finalíssima do terceiro Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. O festival, acima de tudo, era um programa de TV, dirigido por Paulinho Machado de Carvalho, transmitido em pool pelas empresas da família: além da TV, as rádios Record e Jovem Pan.

Naquele dia, no palco, competia a nata da música brasileira. E o filme dá especial atenção para os cinco primeiros colocados, que foram:

1º Lugar: Ponteio (Edu Lobo e Capinam) – Intérpretes: Edu Lobo, Marília Medalha e Quarteto Novo
2º Lugar: Domingo no Parque (Gilberto Gil) – Intérpretes: Gilberto Gil e Os Mutantes
3º Lugar: Roda Viva (Chico Buarque) – Intérpretes: Chico Buarque e MPB-4
4º Lugar: Alegria, Alegria (Caetano Veloso) – Intérpretes: Caetano Veloso e Beat Boys
5° Lugar: Maria, Carnaval e Cinzas (Luiz Carlos Paraná) – Intérpretes: Roberto Carlos
(fonte: Wikipedia)

Coincidentemente, nesta semana, rolou a festa de premiação da Associação Paulista dos Críticos de Artes. Antônio Augusto Amaral de Carvalho foi um dos premiados e em seu longo discurso de agradecimento citou os festivais. “Como as pessoas vão conhecer a nossa música popular atual se não há, na TV, programa como tínhamos na Record?” Antônio Augusto é irmão de Paulinho (e filhos do Paulo Machado de Carvalho, o Marechal da Vitória) e também era bastante envolvido com os musicais da TV.

Uma Noite em 67 não fica só naquele momento. Traz à tona a discussão sobre o aparecimento da Tropicália, grupos de rock como Os Mutante e Beat Boys “invadindo” a MPB, a difícil missão de ser jurado num evento como aquele… mas as raras imagens da final acabam sendo o destaque.

Foi neste festival em que o cantor Sergio Ricardo quebrou o violão no palco e o atirou na plateia, para a surpresa de todos os presentes. Ele, que não suportou as vaias, perdeu o controle e foi desclassificado da competição devido a sua atitude.

O documentário não tem mais exibições programadas para São Paulo dentro do É Tudo Verdade. Haverá mais uma sessão na porção carioca do festival e depois, promete-se, entra em circuito. É um documento histórico mais do que importante para a memória da nossa música popular brasileira.

2 comments

  1. Aaaah, queria muito ter visto quando passou no festival. Espero que, em breve, entre em cartaz.

  2. Oi Marcos! Vi o filme em pré-estreia essa semana. Ele tem seu valor documental, mas acho que cai no que muitos documentários caem: fala-se e ouvem-se só os grandes. São escolhas, né? Abraço procê!

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